Educação Inclusiva

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Como fazer a inclusão

Diariamente recebo emails de Professores que desabafam suas angústias e desespero por não saberem como trabalhar com crianças ou jovens que apresentam alguma necessidade especial. Na pesquisa realizada com Coordenadores também foram relatadas várias inquietações referente a esse tema.
Assim, visando oferecer mais subsídios para Professores e Coordenadores, iniciarei uma série de artigos voltados ao esclarecimento das Deficiências.
Infelizmente, a Universidade não prepara o Professor para lidar com essas crianças, por outro lado a Escola também não contempla, na formação continuada, dar conta desta questão e capacitar os Professores e Funcionários de Apoio para de fato tornar a inclusão uma realidade.
Mas de que inclusão estamos falando? Saiba que matricular a criança e fisicamente  garantir uma carteira dentro de uma sala de aula NÃO é inclusão ! Fazer a equivalência idade/série sem contemplar o devido apoio pedagógico também NÃO é inclusão. Tentar enquadrar a criança ou jovem no mesmo nível pedagógico que os demais alunos também JAMAIS será  inclusão.
Vivemos em um mundo real e por esta razão é preciso analisar o contexto atual em que estas crianças são recebidas: salas de aula lotadas, um único Professor, sem a devida capacitação para lidar com nenhum tipo de deficiência, a equivalência idade/série que acaba promovendo apenas a inclusão social, já que a criança ou jovem convive com outras crianças da mesma idade cronológica, porém há que atentar que a idade mental, dependendo da deficiência, não contemplaria nem mesmo esta “inclusão social”.
Ainda há a situação em que todos os anos muitas Escolas são surpreendidas com o recebimento de alunos com necessidades especiais (com paralisia cerebral, limítrofes, ou algum tipo de síndrome), sem que tivessem sido informadas de tal fato pelas famílias. Por outro lado, a família, com  receio de não conseguir a vaga, omite as reais necessidades da criança, deixando assim, a Escola sem subsídios para iniciar o trabalho pedagógico. Saiba que está situação é mais comum do que parece.
A SURPRESA:
Nos primeiros dias a Professora observa que aquela criança não interage com as demais crianças, demonstra comportamento diferente para a idade, e não se desenvolve no seu aprendizado. As tarefas que a criança realiza estão muito aquém do grupo, ou então a criança nada realiza em todo o período que fica na Escola. As notas estão sempre  abaixo do esperado, o comportamento é agressivo, ou indisciplinado,  desestabilizando  todo o grupo.
O QUE FAZER?
A família começa a cobrar os resultados da Escola e da Professora . A Escola por sua vez, não dispõe de informações, laudos e diretrizes que possam nortear o trabalho pedagógico.        Se você tem algum aluno nesta condição, aqui vão algumas sugestões que podem ajudar:
-      Convocar a família para uma Reunião e solicitar pos escrito: Avaliação Psicológica, Neurológica ou outras que julgar necessárias,
-      Dar um prazo para a família entregar o parecer médico na Escola,
-      Encaminhar o aluno para as terapias, caso a criança ainda não esteja realizando, conforme os laudos recebidos;
-     Solicitar cópia do Receituário para verificação de quais medicamentos o aluno faz uso, pois muitos deles ocasionam mudança de comportamento e    interferem na atenção, ocasionando lentidão de aprendizado e memória, bem como agitação,
-     Levantar, junto a família, qual é a rotina do aluno, pois os familiares de crianças especiais tendem a ser permissivos, assim eles crescem sem regras, disciplina ou boas maneiras;
-     Atualizar o prontuário do aluno com todo o registro (cópias) de diagnósticos de especialistas tais como: Neurologista, Psiquiatra, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Terapeuta Ocupacional e outros, conforme o caso;
-      Estude sobre a deficiência do seu aluno, aprenda sobre suas características e sintomas, de modo a saber detectar quais comportamentos acompanham determinada deficiência, para que você tenha mais elementos e possa distinguir o que é da doença e o que é falta de disciplina e educação ;
-     Solicite Relatórios periódicos das terapias que a criança estiver realizando, se possível  mantenha contato direto com o Especialista em questão;
-     Caso a família fique protelando indefinidamente as providências que o Professor solicitou, acione o Conselho Tutelar e alegue que a família está sendo negligente com as necessidades da criança.
Após tudo isso feito e levantado, chega  a hora de:
- criar plano de curso específico e bem variado  para as necessidades de cada aluno,  para isso consulte as Diretrizes Curriculares para Educação Especial e os PCNS.
- criar plano de rotina/disciplina para que a família implante no lar
- entrar em contato periódico com os profissionais que fazem a terapia do aluno para fazer o acompanhamento da evolução do mesmo.
- criar uma rotina na escola e sala de aula, o que exigirá paciência e persistência
- promover a inclusão social (com os demais alunos), física (adequar as instalações  físicas), pedagógica (atividades diferenciadas e focadas nas necessidades do aluno)
- na impossibilidade de realizar o que está sendo exposto, cobre do poder público o que estabelece a LDB no seu artigo 58 e 59
E então esse artigo foi útil para você ? Tem idéias e quer compartilhar ? Envie seus comentários.  No próximo artigo abordarei sobre Deficiência Intelectual.

Leitura Sugerida:
- Nota Técnica – SEESP/GAB/NO. 11/2010 – Orientações para Atendimento Educacional Especializado
Sugestão de Filmes sobre Inclusão:
- Primeiro da Classe ( um homem com sindrome de Tourette torna-se Professor)
- Temple Grandim (autismo)
- O Milagre de Ann Sullivan  (auditivo)
- Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial (Taare Zameen Par) (dislexia)

2 comentários:

  1. Pati Alves disse...:

    Um assunto que merece grande estudo por parte dos profissionais da educação. Parabéns pelo post.

  1. Inez disse...:

    Parabéns pelo post.
    A inclusão de fato ainda está muito longe de acontecer falta preparação dos professores, dos alunos e dos pais para que possa realmente acontecer uma educação inclusiva.

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É da máxima importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as combinações de inteligências. Nós somos todos tão diferentes, em grande parte, porque possuímos diferentes combinações de inteligências. Se reconhecermos isso, penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com os muitos problemas que enfrentamos neste mundo. Howard Gardner (1987)

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