Emoções.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Opinião Walloniana

...As emoções são a exteriorizações da afetividade (...) Nelas que assentam os exercícios gregários, que são uma forma primitiva de comunhão e de comunidade. As relações que elas tornam possíveis afinam os seus meios de expressão, e fazem deles instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializados.

Herri Wallon



Falar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em dia. No início do século passado, porém, essa idéia foi uma verdadeira revolução no ensino. Uma revolução comandada por um médico, psicólogo e filósofo francês chamado Henri Wallon. Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento.


Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, “a própria negação do ensino”.

As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.

Diferentemente dos métodos tradicionais que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula, a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas.

Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia

Com o meio. Afetividade é a relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido. É o estado psicológico que permite ao ser humano e monstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser ou objetos. Pode também ser considerado o laço criado entre humanos, que, mesmo sem características sexuais, continua a ter uma parte de "amizade" mais aprofundada.

Em psicologia, o termo afetividade é utilizado para designar a suscetibilidade que o ser humano experimenta perante determinadas alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio. Tem por constituinte fundamental um processo cambiante no âmbito das vivências do sujeito, em sua qualidade de experiências agradáveis ou desagradáveis.

Afeição (vinda de afeto), é representado por um apego a alguém ou a alguma coisa, gerando carinho, saudade (quando distantes), confiança e intimidade, o termo perfeito para amor entre duas pessoas. O afeto, é um dos sentimentos que mais gera autoestima entre pessoas (principalmente jovens e idosos), pois produz um hormônio que garante o bem-estar do corpo. Um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza. A afeição não é só um sentimento humano, mais os animais conseguem demonstrar afeição (por exemplo, uma leoa por seus filhotes). A afeição vem também desde o surgimento da humanidade, quando os homens precisavam das mulheres para fazer neles carinho e realizar tratamentos (quando machucados ou doentes), e também quando as crianças estavam carentes.

Na passagem da história pela humanidade, muitas vezes deixava-se de lado a afeição e homens e mulheres relacionavam-se apenas sexualmente, porém, muitas culturas já tinham mulheres para tratar dos ferimentos ou doenças, e já tinha uma forma de afeição entre homens e mulheres. Preoculpado com o estado afetivo dessa geração começo assim minhas inquietaçõs e pesquisa de estudo, para se necessario for, uma intervenção educacional com o propósito de dismistificar relacionamentos afeituosos não saudáveis.

Gardner

Para organizá-las Gardner teorizou as sete inteligências:


1. Inteligências Lingüísticas: característica dos poetas;

2. Inteligências Lógico-Matemática: à Capacidade lógica e matemática ;

3. Inteligências Espacial: à capacidade de formar um mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo (Marinheiros, Engenheiros, cirurgiões, etc.);

4. Inteligência Musical: possuir o dom da música como Mozart ;

5. Inteligência Corporal-Cinestésica: capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo (Dançarinos, Atletas, artistas, etc.);

6. Inteligência Interpessoal: capacidade de compreender outras pessoas (Vendedores, Políticos, Professores, etc.);

7. Inteligência Intrapessoal: capacidade correlativa, voltada para dentro. Capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.

Para Gardner o propósito da escola deveria ser o de desenvolver essas inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação adequados ao seu espectro particular de inteligência. Gardner propõe uma escola centrada no indivíduo, voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo do aluno.
 
A escola ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:


• nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem aprendem da

mesma maneira.

• ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.

• a tarefa dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender as

capacidades e interesses dos alunos de uma escola.

• a tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os perfis,

objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos

de aprendizagem.

• a tarefa do agente da escola-comunidade seria a de encontrar situações na comunidade determinadas pelas opções não disponíveis na escola, para as

crianças que apresentam perfis cognitivos incomuns.

• um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser construído para

transformar essas visões em realidade.

• Gadner passa a se preocupar com aquelas crianças que não brilham nos testes padronizados, e que, consequentemente, tendem a ser consideradas como não

tendo nenhum tipo de talento.

Para Gardner os professores seriam liberados para fazer aquilo que deviam fazer: ensinar

o assunto de sua matéria, em seu estilo de ensino preferido. O professor-mestre faria a

supervisão e a orientação dos professores inexperientes, procurando assegurar que a

equação aluno-avaliação-currículo-comunidade estivesse adequadamente equilibrada. Para concretizarmos a escola centrada no aluno devemos resistir as enormes pressões

atuais para a uniformidade e para as avaliações unidimensionais.

Para Gardner existem 3 tipos de preconceitos na sociedade atual.

• Ocidentalista: colocar certos valores culturais ocidentais num pedestal

(Pensamento lógico);

• Testista: sugere um preconceito no sentido de focar aquelas capacidades ou

abordagens humanas que são prontamente testáveis. "Os psicólogos deveriam

passar menos tempo classificando as pessoas e mais tempo tentando ajudá-las".

• Melhorista: qualquer crença de todas as respostas para um dado problema estão

em uma determinada abordagem, tal como o pensamento lógico-matemático, pode

ser muito perigoso.

Se pudéssemos mobilizar toda a gama das inteligências humanas e aliá-las a um sentido

ético, talvez pudéssemos ajudar a aumentar a probabilidade da nossa sobrevivência

neste planeta, e talvez inclusive contribuir para a nossa prosperidade.

O QE e a Educação Escolar.

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